Greve de técnicos 'está atrapalhando' universidades federais, diz ministro
O ministro da Educação, Fernando Haddad, criticou nesta sexta-feira (9) a greve de servidores técnicos das universidades federais, que começou em junho. O ministro disse que a categoria "abandonou" a mesa de negociação e que tem descumprido, em alguns locais, a decisão judicial que obriga 50% dos servidores a trabalhar. Para ele, isso "está atrapalhando" o andamento das atividades nas universidades.
Fernando Haddad participou do programa "Bom Dia Ministro", transmitido pela TV estatal NBR.
A Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) negou que descumpra a decisão e que tenha abandonado as negociações. Disse ainda que o governo tem "criminalizado" a greve.
Haddad disse que o governo federal fez "todos os esforços" para evitar a greve. "Eu lamento muito o que ocorreu porque o Ministério da Educação fez todos os esforços, eu pessoalmente me envolvi junto à categoria. Fizemos esforços para que os técnicos não abandonassem a mesa de negociação. Recebi sem audiência marcada. E veja que os professores que não romperam as negociações saíram com acordo. Acordo é sempre melhor do que uma briga."
O ministro também afirmou que os servidores têm descumprido decisão judicial que obrigou que 50% dos técnicos de cada universidade voltassem ao trabalho. "Isso não está sendo cumprido em algumas universidades e está atrapalhando o andamento dos trabalhos. Não me parece o caminho descumprir decisão judicial. Eu continuo na luta para que os técnicos voltem a negociar."
Servidores
O coordenador da Fasubra Rogério Marzola afirmou que "a categoria não abandonou nenhuma mesa". "Tentamos, desde 2007, negociar com o governo essa pauta. De 2007 para cá foram 43 reuniões e o máximo que conseguimos foi a promessa de outra reunião. Chegou em uma situação que a categoria passou a se sentir enganada, ludibriada."
O coordenador da Fasubra Rogério Marzola afirmou que "a categoria não abandonou nenhuma mesa". "Tentamos, desde 2007, negociar com o governo essa pauta. De 2007 para cá foram 43 reuniões e o máximo que conseguimos foi a promessa de outra reunião. Chegou em uma situação que a categoria passou a se sentir enganada, ludibriada."
Depois do início da greve, conforme Marzola, o governo parou de receber os servidores. "O fato de a greve estar se arrastando é do governo que não quer nos receber. (...) A opção do governo de não negociar acabou na criminalização da greve. O juiz não deu o que o governo queria, que era decretar a greve ilegal. Determinou que 50% trabalhe, e nós estamos recorrendo, mas até que saia decisão, estamos cumprindo e isso é, inclusive, reconhecido pelos reitores."
Os servidores técnicos federais pleiteiam a revisão no plano de carreira e o aumento do piso salarial atualmente em R$ 1.034 para três salários mínimos - R$ 1.635.
Investimentos em universidades
O ministro Fernando Haddad também falou sobre os investimentos do governo federal em novas universidades brasileiras.
O ministro Fernando Haddad também falou sobre os investimentos do governo federal em novas universidades brasileiras.
"Sabemos que esse é um gargalo importante. O subinvestimento que marcou o século xx. Não podemos cometer no século XXI o mesmo erro, subinvestir na educação, na contramão do que os países desenvolvidos fizeram", disse Haddad.
Ele afirmou também que, apesar de querer a expansão, o governo quer ampliar a rede com "qualidade". "Temos que continuar uma expansão qualificada. Estamos recuperando uma parte do parque que havia sido sucateada e ampliando as vagas. Não queremos uma expansão desenfreada, sem critério de qualidade. Se tivermos que fechar cursos e vagas com baixos indicadores de qualidade, faremos ao mesmo tempo em que estamos expandindo a oferta com qualidade.
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