Intel investe em equipe brasileira que planeja levar robô à Lua

Além de trabalhar com o microcosmo da tecnologia, com chips cada vez menores, a Intel agora aposta no macrocosmo: vai investir, em dinheiro e tecnologia, parte dos mais de US$ 10 bilhões que emprega mundialmente em pesquisa na equipe SpaceMETA , única brasileira entre os 29 times que participam do Google Lunar X Prize , projeto patrocinado pela gigante das buscas e pela X Prize Foundation, nos EUA, que pretende estimular a exploração espacial pela iniciativa privada levando um robô à Lua.



O concurso vai dar US$ 30 milhões em prêmios às primeiras equipes - que devem ter 90% de financiamento privado - a conseguirem alunissar seus robôs. As máquinas precisam percorrer pelo menos 500 metros na superfície do satélite e enviar vídeos e imagens à Terra.

De acordo com Max Leite, diretor mundial do Grupo de Plataformas para Mercados Emergentes da Intel e membro do conselho da SpaceMETA, os três módulos lunares da equipe brasileira usarão processadores Atom (de baixo consumo de energia), e a Intel dará suporte com outras tecnologias que desenvolve.

- Não posso revelar o montante do investimento, até porque é um processo em franca expansão e outros parceiros da Intel devem investir nele também, mas pretendemos prover, entre outras coisas, toda a tecnologia para o processo de simulação da viagem, através de nosses processadores Xeon - diz Max.

A gigante do hardware estima que, para fazer todos os cálculos necessários à simulação, serão necessários 140 servidores trabalhando em paralelo. Também será necessária capacidade gráfica incrementada em tempo real para o envio de vídeos - característica crescente nas recentes famílias de processadores da empresa.

Segundo Sérgio Cabral Cavalcanti, empresário e fundador da SpaceMETA, o projeto brasileiro é um dos mais inovadores.

- Nós pretendemos fazer tudo do zero, inclusive o foguete que levará o robô à Lua - diz Sérgio. - O lançamento será feito no Brasil, que tem algumas das melhores bases do mundo, próximas ao Equador. Mas economizaremos combustível levando a nave até determinada altura de balão ou avião e depois lançando-a de fato ao espaço.

O lançamento do robô brasileiro está marcado para o final de 2012. (O prazo máximo estipulado pelo concurso é 2015). O foguete que o levará até a Lua será movido a etanol, e a equipe já tem um protótipo do motor funcionando. O robô projetado pela SpaceMETA é uma esfera azul, que, segundo Sérgio, não precisará de combustível para se movimentar por lá.

- Ele usará a gravidade e se movimentará orientado termicamente, pelo calor, já que as diferenças de temperatura na Lua são radicais, com uma variação de 200 graus centígrados - explica. - Nossa meta é fazê-lo pousar na Lua até o fim do ano que vem.

Nelson Cardoso, gerente-executivo de tecnologia da Petrobras Distribuidora e também membro da SpaceMETA, conta que ele e Sérgio buscam patrocínio de outras empresas, como a própria Petrobras, para a missão.

- Há cerca de 70 pessoas do meio acadêmico e outros setores ligadas à área aeroespacial discutindo o projeto - diz Nelson. - Nossa missão quer também ajudar a fomentar a evolução o programa espacial brasileiro.

O primeiro time a conseguir o feito levará do Google Lunar X Prize US$ 20 milhões do projeto; o segundo, US$ 5 milhões; US$ 4 milhões premiarão façanhas extras, como operação noturna do robô na Lua, detecção de água e percursos mais longos; e US$ 1 milhão irão para o time que promover maior diversidade e inovação em seu projeto.

Fonte:. VEJA

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