Anderson Silva: reprovado no campo, aclamado no ringue

Em entrevista ao site de VEJA, lutador revela que seu sonho era ser lateral-esquerdo. E, sobre a vitória contra Belfort, afirma: 'treinei o chute 5.000 vezes'

 

Ele é campeão mundial na categoria meio-médio do Ultimate Fighting Championship (UFC) – cinturão que já defendeu por oito vezes, um recorde na competição de artes marciais – e detem a marca de 13 vitórias consecutivas no evento. Mas....  Anderson Silva queria mesmo era ser jogador de futebol. “Tentei muito seguir a carreira, o problema é que sempre fui muito ruim”, admite. E, embora não tenha conseguido brilhar nos gramados, o lutador desfruta agora da amizade de um dos maiores craques do futebol brasileiro: Ronaldo. Desde o início deste mês, Anderson passou a ter sua carreira gerenciada pela 9ine, empresa de marketing esportivo da qual o Fenômeno é sócio. “A parceria com o Ronaldo foi algo muito natural. Primeiro surgiu a proposta da 9ine, depois é que passamos a ter contato. E tudo acabou dando certo porque sou muito fã dele, e também corintiano fanático”.


Foi no Paraná, estado para o qual se mudou aos quatro anos, que Anderson tentou seguir a carreira de jogador, como lateral-esquerdo. O clube escolhido foi o extinto Colorado, time que mais tarde viria a se tornar o Paraná Clube. “Treinei muito tempo no time juvenil, mas não consegui seguir no futebol. Fui reprovado em duas peneiras. Acho que não era para ser”, consola-se. “Quem sabe eu ainda vejo um dos meus filhos vestir a camisa canarinho?” Se a sorte no futebol não veio, foi nos ringues que Anderson encontrou o seu caminho. No último dia 6, ele mostrou mais uma vez por que é considerado por Dana White, presidente do UFC, o melhor de todos os tempos, ao vence  Vitor Belfort no combate apelidado de “a luta do século”.

A vitória contra Belfort foi muito mais do que uma maneira de assegurar o cinturão. Ela tornou Anderson uma estrela no Brasil. Desde o combate, o lutador tem sido figurinha constante em programas de TV – e vem sendo assediado por fãs que nem imaginava ter. “Antes, as pessoas que me assediavam estavam ligadas ao meio da luta. Agora, recebo o carinho de mulheres, crianças, pessoas mais velhas, gente que não tem nada a ver com o esporte. Isso é muito legal. Estou muito feliz”, conta. “O reconhecimento do que eu faço mudou muito no Brasil. Isso é tudo muito novo”.
Anderson diz ainda que os efeitos da luta não beneficiaram apenas sua carreira. O lutador acredita que a projeção que o combate tomou fez com que o MMA se tornasse mais conhecido do público em geral. “Como a luta passou num canal aberto, milhões de pessoas conseguiram assistir. Esse combate serviu para alavancar o esporte”, avalia. Sobre a vitória arrasadora sobre Belfort, Anderson diz pouco. “Foi muito treino, aliado à sorte”, explica. “O Vitor foi surpreendido. A gente se prepara meses e meses para uma luta e, num segundo, tudo pode mudar. É a ‘hora mágica’. Eu tive mais sorte, mas também muito treino”, afirma o lutador.
Sobre o chute que derrubou Belfort (veja o vídeo abaixo), Anderson conta que passou dias treinando o golpe. “Acho que treinei aquele chute ao menos umas 5.000 vezes. É preciso fazer todas essas tentativas para se acertar uma”, revela.

A relação com o colega brasileiro ficou estremecida após a luta? “Não tenho nada contra o Vitor. Eu sou um cara muito amigo. Nós treinamos juntos por muito tempo e meus irmãos de treino são minha família. Mas estranhei quando ele decidiu lutar na minha categoria, já que nosso código de honra [dos lutadores do chamado Team Nogueira, equipe criada pelos Minotauro e Minotouro] nos impede de lutar um contra o outro. Foi uma situação estranha. Mas ele acabou seguindo o caminho dele”.

Anderson vive agora a expectativa para a edição brasileira do UFC, que está marcada para 27 de agosto, no Rio. O lutador não sabe, porém, se vai participar do evento. “Não posso afirmar que lutarei no Brasil, só vou saber ao certo daqui a dois ou três meses. Mas estou muito ansioso, espero que isso aconteça. A vinda do UFC para o Brasil será um marco na história do MMA”.

Fonte:. VEJA

 

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