Anga 3. Energia que pode custar caro. (Energia Nuclear)
Luiz Pinguelli Rosa, 68 anos, doutor em física nuclear, ex-Presidente da Eletrobrás, Diretor da Coppe e Secretário-Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Respondeu três perguntas em uma rápida entrevista, falando sobre a Angra 3;
Eco Verde - Ainda faz sentido ter energia nuclear no Brasil?
Pinguelli - A história da energia nuclear no Brasil não é boa. O acordo Brasil-Alemanha foi um erro, eu sempre fui contrário, e agora estamos construindo Angra 3 que é caríssima. Já gastamos 700 milhões de dólares e vamos gastar mais quatro bilhões de dólares. Tudo isso para gerar 1.300 MWh de energia. O que dá, numa conta grosseira, cerca de 3,5 mil dólares por KWh quando o razoável seria alguma coisa um pouco acima de mil dólares o KWh.
Eco Verde - E com relação à segurança?
Pinguelli - Não existe uma fonte de energia ideal, todas têm os seus problemas, os seus riscos. Na energia nuclear, o risco são os acidentes nos reatores e o depósito de material radioativo. Mas se esses dois itens forem bem controlados, o que é possível, a energia nuclear pode ter menos impacto do que hidrelétricas ou termoelétricas. Estamos chegando na terceira geração da energia nuclear, que está sendo usada na França. Ela é muito mais barata e segura. Pode ser uma boa alternativa para o Brasil no futuro.
Eco Verde - Como você imagina que será a matriz energética brasileira no futuro?
Pinguelli - Ela continuará sendo tão limpa quanto é hoje e talvez até um pouco mais. A energia eólica já está chegando num preço competitivo e são muitas as oportunidades de crescimento com a biomassa. Temos estudos que mostram que tanto uma quanto a outra são complementares à energia hidrelétrica. Quando a vazão dos rios é menor temos um volume de vento maior e mais produção de biomassa.
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