A maior aeronave do mundo pode lançar uma nova era de dirigíveis


Os dirigíveis perderam muita popularidade depois do desastre de Hindenburg em 1937. Mas uma empresa busca reviver a tecnologia com a maior aeronave da Terra.

Com 90 m de comprimento, o Airlander 10 é um dirigível 25% maior que um Boeing 747. O volume dele é de cerca de 38 milhões de metros cúbicos, pode atingir mais de 6.000 metros de altura e voar a 144 km/h. O dirigível é feito pela Hybrid Air Vehicles (HAV), uma companhia britânica que quer construir aeronaves silenciosas que também não poluem.

Assim como outros dirigíveis, o Airlander não possui estrutura interna, mantendo o formato inflado com uma carcaça cheia de gás hélio feita de Vectran, uma fibra rígida composta de polímeros de cristal líquido, resistentes a cortes e umidade. Ele também pode levantar voo e pousar em qualquer lugar, como um helicóptero -- não há necessidade de equipe de terra ou infraestrutura adicional.

Mas por que construir um veículo tão grande, mas de tecnologia considerada tão antiquada? Devido ao potencial cargueiro da aeronave.

A empresa afirma que o Airlander 10 pode carregar até 10 toneladas por mais de 2.400 km de distância. É possível até argumentar que ele não passa de um drone gigante, já que ele pode voar sem um piloto. Com humanos dentro, a companhia diz que ele pode ficar flutuando por até cinco dias no ar, e caso não seja controlado por humanos, até duas semanas sem a necessidade de reabastecimento. Estas são especificações que abrem possibilidades para a vigilância militar.

Apesar da construção mais leve que o ar, a aeronave é repleta de tecnologias úteis, como um radar climático que o ajuda a evitar tempestades. De acordo com a CNN, a monstruosidade flutuante poderia, no futuro, ser energizada por painéis solares, e a companhia também afirma que ele queima apenas 20% do combustível usado por aviões normais.

A HAV planejava construí-lo para o exército americano (não é para menos o logo do exército presente no vídeo abaixo), mas cortes orçamentários o mantiveram no Reino Unido. A companhia conseguiu assegurar US$ 5 milhões do governo britânico, e fará os primeiros testes de voo até o final deste ano.

Não acredito que os dirigíveis irão algum dia rivalizar aviões, mas eles já mostraram que podem retomar os céus. É bom um pouco de ceticismo, mas esperamos que essas fortalezas infláveis consigam levantar voo no futuro.


Fotos por HAV/Youtube e Facebook

Bryan Lufkin
Gizmodo - ‎sábado‎, ‎13‎ de ‎junho‎ de ‎2015

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