Colocar um idoso em um abrigo é abandono?

Afinal, o que faz do abandono uma prática tão relativa na humanidade?

Abandonar por não ter condições financeiras, psicológicas, físicas e etc. Assim tenta-se justificar.

Chegar em uma certa idade avançada da vida requer paciência, amor, compreensão e cuidados de duas partes. Se não, se isolar irá tornar uma escolha.

A falta de paciência com as condições de uma pessoa idosa leva muitas famílias a maltratar e abandonar elas em abrigos, ou com pessoas que muitas vezes nem é de conhecimento do idoso. Então nesse caso já se vai a paciência e o cuidado. Gerando sentimentos negativos para o idoso e o desamor familiar.
Já se imaginou abandonado pelas pessoas que mais sofreu para ajuda-los a crescer? Deve ser muito ruim.

Um idoso merece amor assim como uma criança. O idoso chega a se assemelhar bastante, mas ali está algo mais, está uma história, experiências vividas, trabalhos realizados para garantir tantas coisas que hoje usamos. Porque abandoná-los?

Mas infelismente existem pessoas que não ligam para esses valores. Transforma a imagem do idoso a algo que incomoda, que dar trabalho e cruelmente que causa nojo. Deixando-os em segundo plano.

Por isso, muitas vezes, o abrigo não é sinal de abandono. Apesar de não ser o local desejado de passar os últimos dias de vida, é um local onde aquele que foi injustamente abandonado encontra pessoas que se dedicam a elas. Que amam.

Que darão banho, trocarão fraldas, palavras, lágrimas. Mas que buscarão alegrar, tirar esperança de onde quase é impossível e viverem ligados numa fé até os últimos segundos. Essas pessoas tornam-se anjos quando aliviam aquela dor, quando desejam bom dia sabendo que talvez não seja ouvido, mas que recebe um sorriso esforçado como presente. Que levantará aquela perna que não responde mais, muitas vezes para a última caminhada da vida. Mas que foi ao lado de alguém. Que fará aquele penteado onde se tinha os mais lindos cabelos e hoje são maravilhosas neves, que caem, mas não deixam de embelezar.
Que buscaram aquela deliciosa comida, integral, na busca de garantir mais um dia, talvez horas, que aqueles que abandonam nunca terão. Nunca.


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