Sociedade Brasileira de Física digitaliza seu acervo histórico

Documentos que registram as atividades da comunidade nas últimas décadas são divulgados online e ajudam a traçar um quadro da evolução da Física no país

Um esforço empreendido pela Sociedade Brasileira de Física está resgatando a história das pesquisas na área conduzidas em solo brasileiro. Graças à iniciativa de digitalizar seu acervo de documentos, é possível agora, por exemplo, descobrir em que pé estavam os esforços nacionais em Física Nuclear no final da década de 70, quando se deu a II Reunião de Trabalho sobre Física Nuclear no Brasil.


O material produzido em 1979 revela desde o nível de intercâmbio de conhecimento e os resultados gerados por pesquisadores brasileiros e latino-americanos até os baixos salários pagos aos físicos naquele período. É possível visualizá-lo em formato PDF gratuitamente no site da SBF (www.sbfisica.org.br), através do link “Memória”.

Outra possibilidade de pesquisa ofertada pela digitalização é a verificação de como a área de Física Nuclear evoluiu ano a ano, consultando o material de reuniões posteriores, que se estende até os dias atuais.

Esse conteúdo se mescla a diversos outros documentos de importância para a comunidade, como o registro histórico de diversas edições dos já tradicionais Encontro Nacional de Física da Matéria Condensada (a partir de 1986) e Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos (começando em 1980).

Mas o material que talvez seja mais marcante é o que compõe praticamente todas as atas do Simpósio Nacional de Ensino de Física, primeiro evento em escala nacional coordenado pela SBF, que teve sua edição inaugural em 1970. A reunião contou com a presença de grandes expoentes da Física nacional em todos os tempos, como Mario Schemberg, Ernst Hamburger e Sérgio Rezende, entre outros, e foi justamente pela digitalização desse material que nasceu o projeto de restaurar todos os registros da SBF.

“É um resgate da nossa própria história que estamos fazendo, com a ajuda da tecnologia digital”, diz Nilson Marcos Dias Garcia, pesquisador da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e Secretário para Assuntos de Ensino da SBF,  que está coordenando o processo de digitalização dos dados. "Para os profissionais que atuam há mais tempo nesse campo profissional, é gratificante ‘encontrar-se’ como  sujeitos participantes desses primeiros eventos. E para a Física brasileira é fundamental a preservação dessa memória”.

Além dos registros de diversas reuniões, o site contará com uma seção de livros publicados pela Sociedade Brasileira de Física ao longo dos anos, que será acessada, também gratuitamente, pelo link Publicações da página da SBF. Mas Garcia ressalta que, embora grande quantidade de material já esteja disponível, esse ainda é um trabalho em andamento.

“Há lacunas importantes no material disponível no acervo da SBF, pois nem sempre houve condições de sua preservação”, diz. “Por isso, queremos também fazer da divulgação dessa primeira leva de documentos uma oportunidade de convidar os colegas a contribuírem com documentos que sejam de interesse da comunidade para digitalização e publicação no site.”

A ideia, que segue a linha de iniciativas semelhantes sendo conduzidas por instituições científicas no exterior, é continuar atualizando periodicamente o material de Memória, de forma a resgatar em sua integralidade a história de 45 anos da Sociedade Brasileira de Física.

Fonte:. SBF

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