Europa quer mandar sonda à Lua até o final da década''

Robô de 700 a 800 quilos será enviado ao pólo sul lunar.

 

A Europa tem pressa em seus planos de enviar uma nave espacial sofisticada e não tripulada à superfície da Lua. A EADS Astrium fechou um contrato de 6,5 milhões de euros com a Agência Espacial Europeia (ESA) para desenhar o conceito detalhado da missão. O robô de 700 a 800 quilos será enviado ao pólo sul lunar, com sistemas automatizados de orientação para um pouso suave. '
Uma vez estabelecido em solo lunar, vai lançar um pequeno veículo para percorrer a superfície. "A sonda terá um conjunto de instrumentos científicos a rodo, mas a ciência será orientada à exploração humana", disse Simonetta Di Pippo, diretora de voos espaciais tripulados da ESA. "Vamos procurar minerais e, esperamos, água no solo, para ver se podemos nos preparar para uma presença sustentável na superfície lunar."
Recentes observações de espaçonaves indicaram que algumas crateras polares na Lua provavelmente escondem vastas reservas de gelo em suas sombras. O novo estudo será conduzido pela divisão alemã da EADS Astrium. 
Michael Menking, da EADS, observou: "Este é um projeto tecnológico importante. Com certeza é dedicado à Lua, mas se puder fazer um pouso suave na superfície lunar, também poderá fazê-lo em outros corpos celestes".
Exploração — Os trabalhos de viabilidade, conhecidos como Fase B1, definirão as principais especificações da sonda, e iniciarão o desenvolvimento e testes de alguns componentes. Estas investigações darão o custo total da missão (previstos em várias centenas de milhões de euros), que deverá ser aprovado em 2012. Se os políticos aprovarem o conceito e decidirem financiá-los, o robô poderá deixar a Terra num foguete Soyuz antes do final da década. A missão terá como base a experiência adquirida com sucesso do Europa Automated Transfer Vehicle (veículo de transferência automática, na sigla em inglês), que reabastece a Estação Espacial Internacional.
Uma vez em órbita, esta carga de 20 toneladas é capaz de encontrar sua própria maneira de utilizar a plataforma de navegação avançada e a tecnologia de sensores. Em um caminho similar, o módulo lunar terá de escolher um local específico, varrer a área de encostas e pedras e, depois, escolher um lugar seguro para o pouso.
Pólo Sul — A nave será orientada ao pólo sul lunar, porque o local oferece muita luz do Sol. Isso é necessário porque a Europa não possui tecnologia espacial de radioisótopos capaz de gerar energia e calor necessários ao robô para sobreviver a longos períodos de escuridão.
Um possível local de pouso em discussão é uma estreita crista da cratera Shackleton, onde o Sol permanece acima da horizonte por meses a fio. "Dependendo do padrão de iluminação, esperamos ter uma missão com duração de vários meses", explicou Richard Fisackerly, da equipe do projeto da ESA.

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